9 de dezembro de 2008

Já não se escrevem cartas de amor


A obra de Mário Zambujal é sem dúvida um livro muitíssimo interessante que nos capta a atenção e nos permite mergulhar num mundo de sensações e sentimentos.
A história do livro baseia-se na vida amorosa de um homem, Duarte, e especialmente na vida amorosa entre Duarte e Erika, o amor da sua vida. O livro começa por ser original no aspecto em que a obra não é um simples narrar de acontecimentos mas, neste caso é o próprio Duarte que nos vai contando a sua história. Duarte já com os seus sessenta anos, durante um dia da sua vida vai-nos contando a sua história e a história do seu grande amor. Cada capítulo do livro é um período de horas em que este nos vai contando exactamente como foi a sua vida até ao dia em que conheceu a sua amada e consequentemente como passou a ser a sua vida após este descobrimento, e o quanto esse descobrimento a alterou.
Primeiramente Duarte começa por nos contar como era a sua vida e o seu dia-a-dia. Apenas com 17 anos, Duarte, era um típico lisboeta da década de 60 que gostava imenso das borgas e não se preocupava com os estudos. Filho de um comerciante dono de uma perfumaria Duarte esteve sempre habituado a ter tudo o que queria. Não estudava e basicamente passava os seus dias entre o passeio dos livros na escola e as bebedeiras e danças nos bares e boates.
Numa passagem de ano Duarte conhecera aquela que ele chamara o amor da sua vida, a deusa que enchia de cor os seus dias. Erika era seu nome e esta pequena menina também com os seus 17 anos, era uma norueguesa linda que estava em Portugal na casa de uns amigos dos seus pais, a estudar. A empatia entre ambos foi enorme e não houve nenhum dia em que Duarte não pensasse na linda e pálida Erika. Uns tempos mais tarde, Erika e Duarte voltam a encontrar-se e devido ao interesse de ambos começam a passar mais tempo juntos e um intenso e grandioso amor nasce.
Com o passar do tempo o seu amor cresce cada vez mais e as coisas entes eles vão-se tornando mais sérias, mas havia algo que entristecia Duarte, era o facto de saber que um dia mais tarde quando Erika acabasse de estudar teria de regressar ao seu país de origem. Sabendo isto os dois amantes tentaram passar o máximo de tempo juntos. Infelizmente o triste dia chegou e Erika teve de regressar ao seu país mas não sem antes prometer escrever belas cartas de amor todos os dias até ao seu regresso a Portugal. E foi isso mesmo que aconteceu, Erika e Duarte trocavam belas, deliciosas e intensas cartas de amor onde ambos não podiam exprimir melhor a vontade que tinham em estar juntos e também onde faziam lindas juras de amor. Duarte seguiu com a sua vida e apesar de estar constantemente a pensar em Erika trabalhava e até fez novos amigos. O tempo foi passando e as cartas de Erika já demoravam mais tempo a chegar, já vinham mais frias e não traziam aquelas juras inesquecíveis que faziam Duarte sonhar com o dia em que a iria ver novamente. Tudo isto deixava Duarte triste e este já temia o pior. Até que um dia chega uma carta onde Erika diz que as vida continua e que apesar de gostar imenso de Duarte vai casar com um homem da sua terra. O mundo caí aos pés de Duarte, o seu grande amor foi-se e tudo isto devido á distância em que se encontravam um do outro pois Duarte sabia que foi a separação que levou a este temido fim. Conformado mas não feliz com a situação Duarte seguiu com a sua vida.
Curiosamente passados uns seis anos Duarte vai passar a passagem de ano no mesmo casino onde conheceu Erika, mas sabia que nada iria ser como antes. Eis que por acaso Duarte reencontra-se com Erika e ao conversar com ela Duarte percebe que Erika não se casou pois o seu noivo esteve envolvido com uma mulher antes de se ter comprometido com Erika e essa mesma mulher engravidou e assim Erika ficou novamente uma mulher livre. Duarte convida Erika para uma ‘’última’’ dança e a chama do seu amor volta a estar activa e desta vez muito mais intensa.
Concluindo Duarte e Erika ficam juntos mas este final é dito por Duarte implicitamente pois este não nos diz directamente que ficaram juntos mas no fim do seu dia quando está a terminar de nos contar a história da sua vida, despede-se da sua mulher dizendo: ‘’ – Fico mais um pouco, Erika. A passar os olhos pelos jornais.’’, e assim através desta fala percebemos que ambos ficaram juntos..

2 comentários:

tanya disse...

Parece ser um bonito romance, mas será que na vida real esse tipo de coisas acontecem mesmo??

fanas disse...

pois, acho mesmo que isto só acontece nos livros.. e tenho pena! um belo e aventureiro romance só iria fazer bem a quem o vivesse :)